terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Ensaio aberto "As três Marias"


No dia 20.02, às 15h30, na SP Escola de Teatro - sede Roosevelt - faremos nosso primeiro ensaio aberto. Tragam suas crianças! 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Tem uma Maria nascendo aqui dentro


Há uma menina aqui dentro que grita alto e pede colo. Ela não sabe muito bem como mexer as mãos e os pés, tá aprendendo, aos poucos. Ela sorri com os olhos molhados de rio e brinca com a barriga vazia. Sua fala ainda é oscilante. Briga sem motivos, provavelmente por sentir-se insegura. Seu estômago é o seu universo e ele vive numa constante expansão. Cabe tanta coisa lá dentro que é preciso se alimentar constantemente de vida. Como manter a urgência da fome em cada expressão, em cada gesto? Como Maria Faminta é também a Melancolia e Alegria? Essa menina tem fome de viver e parece que isso não vai acabar nunca. Há uma semana conversei com ela olho no olho: primeira vez, acho. Não posso colocar ela nessa empreitada sem que ela queira. Temi a resposta, mas perguntei. E para a alegria das minhas víceras, ela disse que quer seguir dentro de mim nessa Vila Encantada. Que ela quer ultrapassar todas as linhas que escondem o mundo dela, inclusive essa linha que é a minha pele. Ela quer sair de dentro de mim por todos os meus poros. Agora sou eu quem precisa manter a chama dela acesa, alimenta-la de curiosidade e do novo. Sou eu quem precisa deixa-la respirar. Vem Maria, te dou a mão e não soltarei.


| O espetáculo AS TRÊS MARIAS parte do universo de três meninas que vivem em uma Vila Alagada. As três Marias, Maria Faminta, Maria Alegria e Maria Melancolia passam o dia esperando a mãe voltar do outro lado da linha do trem. Elas sempre acordam com a sirene da locomotiva que anuncia a partida da mãe antes do nascer do sol para a cidade, lugar que segue para trabalhar todos os dias. Em cima da laje e nas ruas inundadas por água, as irmãs passam o dia a inventar a vida à espera do retorno da mãe tendo como companhia a avó que mora dentro do rio. Essa foi a forma encontrada pela mãe para falar da morte da avó que foi afogada pelo rio. Enquanto a mãe não chega, as crianças se relacionam com a água como quem pede conselhos, ouve histórias e obedecem às ordens.  | 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Eu me pássaro.


           São nos dias que parecem tortos que a gente compreende que a linha, como uma sucessão de pontos, não nos cabe mais. Não cabe não só porque a trajetória é cheia de complicadores, mas porque somos nós que precisamos da compressão do estômago para poder decidir permanecer caminhando. Quando não se tem a compressão, não há a escolha, porque nem a inquietação há. E o que eu quero é ter sempre a possibilidade de decidir e de querer estar junto, em bando, em coletivo, em grupo, em manada, em cardume. Preciso pensar um pouco como pássaro. É isso! Preciso compreender mecanismos de desprender menos energia. É necessário, pois, assim como as gaivotas compreender que quem está na frente reduz a resistência do ar para os outros e quando esse se cansa, outro, mais descansado, toma a frente. Ah! Os pássaros não sabem o que é hierarquia. Isso é conceito. Eles apenas compreendem o fluxo das funções. 



"Os homens sabem fazer tudo, menos ninhos de pássaros".



Por Ana Carolina Marinho.



Foto de Maurício Cuca

Foto de Maurício Cuca

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ensaio do dia 07 de Abril de 2012
(Biblioteca Monteiro Lobato)
Fotos: Maurício Cuca





As lentes de Cuca através
 das lentes de João




Cantando baixinho



 Em busca do choro de uma Índia


O espírito Mearatsim 
"Mearatsim, o primeiro a chegar, cantou para espantar o dono do local, Kanutsipei, que mantinha em suas terras, escondida em vários potes, a água mais pura do mundo"






terça-feira, 24 de abril de 2012

MARACÁ


Na busca do som que vem das matas para contar as histórias dos seres que vivem nelas. 

em 6 passos - feito em casa
(me senti índia novamente)
materiais doados pela natureza encerrada no quarteirão denominado "Parque da Água Branca"







Por Recy Freire
("vida indígena na  madrugada")

terça-feira, 17 de abril de 2012

Os sons e os espíritos.


Os encontros agora, longe dos parque e dos animais que paravam pra ouvir as histórias, acontecem num outro espaço bastante acolhedor, a biblioteca Monteiro Lobato. Lá tem até um pedaço da costela de Monteiro Lobato! Seus sapatos, sua cadeira favorita, sobretudos, escrivaninhas, canetas, etc. Lá o espaço é permeado pela sensibilidade dos que por lá passam e dos que por lá já passaram e claro dos que ainda estão por vir. Isso me dá a sensação de estar sempre observada. A porta se abre sozinha - Pode entrar, povoe esse espaço com a gente. Entra alguém, mas de corpo que eu não tenho ideia de como seja.

Acho que Iamululu tem muita responsabilidade nisso tudo. Que som evoca aquele espírito? Ora é o batuque, ora a voz, ora a gaita, ora o apito, ora a flauta, ora o roi-roi, ora o silêncio por ainda não ter conseguido evocar aquele outro espírito. É necessário sutileza e sinceridade para evocá-los com os sons...



Ana Carolina.